05/12/2004


10 dicas para aprender a namorar

Uma das queixas mais comuns do nosso tempo é a de que está cada vez mais difícil encontrar e sustentar um relacionamento amoroso de forma estável e saudável. Embora essa queixa seja tanto dos gays como dos não-gays, parece que os homossexuais têm algumas dificuldades adicionais.
Para começar, muitas vezes internalizamos (consciente ou inconscientemente) a crença social (e homofóbica) de que relacionamentos homossexuais são volúveis e orientados primariamente para o sexo. E essa crença pode nos levar a começar um namoro ou um relacionamento já sabendo que não irá durar.
Sem o apoio (da família e da igreja, por exemplo), sem a ajuda profissional (Onde estão os terapeutas de casais especializados nesse público?) e sem as informações (Quantos artigos em revistas ou livros sobre relacionamento gay estão disponíveis nas nossas livrarias?) que heterossexuais encontram, e sem modelos visíveis bem-sucedidos, somos abandonados à nossa própria sorte.
É também importante lembrar que relacionamentos se iniciam com namoros e aí, mais uma vez, estamos em desvantagem. Normalmente começamos mais tarde ou sem a mesma liberdade dos heterossexuais.

Reprodução
O terapeuta americano Joe Kort, em seu livro “10 Smart things gay men can do to improve their lives” (“10 coisas que homens gays podem fazer para enriquecer suas vidas”), lançado nos Estados Unidos no início deste ano, discute em detalhes o assunto e, em um dos capítulos, dá algumas dicas para aqueles que querem desenvolver habilidade e autoconfiança para manter relacionamentos gratificantes e saudáveis.

Algumas delas:

1ª Ponha seu orgulho de lado. Namorar não é para os hipersensíveis. Lembre-se de que as razões pelas quais alguém pode não se interessar por você são as mesmas pelas quais outros se interessam.

2ª Ouça o julgamento do outro, lembrando-se de que boa parte do que ele diz tem mais a ver com ele do que com você. Filtre o que ouve, mantendo apenas o que faz sentido para você.

3ª Não faça jogos. Seja sincero e aberto sobre suas intenções. Se você não tiver certeza de que o namoro poderá tornar-se um relacionamento, diga isso claramente.

4ª Torne-se vulnerável. Coloque seu medo de lado e permita-se experimentar. Use a oportunidade para checar se você está mesmo a fim de um relacionamento.

5ª Não deixe o outro jogar com você. Ao perceber mensagens duplas (por exemplo, entre o que ele diz e o que ele faz), confronte-o abertamente. Diga que está confuso com os sinais ambivalentes e esclareça a questão.

6ª Não faça julgamentos do tipo certo ou errado, bom ou ruim. As pessoas são diferentes entre si e cada uma tem o seu jeito próprio de ser. Se o relacionamento não está funcionando, parta para outro, mas sem necessariamente julgar seu parceiro negativamente só por ele ser diferente de você.

7ª Seja visível. Muitos gays têm dificuldade de encontrar parceiros por não participarem da comunidade gay. Identifique organizações voltadas para a comunidade e/ou freqüente eventos e atividades que reúnem outros gays.

8ª Mesmo (e, sobretudo) quando as coisas não estão indo muito bem, encare o namoro como uma experiência. Tente aprender coisas novas com cada relacionamento (inclusive sobre você mesmo) e ampliar seus horizontes.

9ª Obrigue-se a se aproximar de outros homens. Não espere que eles se aproximem de você. Corra o risco de iniciar uma conversa. Só assim você saberá se existe alguma chance da coisa rolar.

10ª Aprenda a rir de situações esquisitas nas quais você se envolve. Não leve muito a sério os percalços naturais e inevitáveis do processo de namorar e firmar relacionamentos.

Por mais obvias que essas dicas possam parecer, elas encerram uma grande verdade: é namorando que se aprende a namorar. E evitar fracassos é a forma mais eficiente de nos mantermos sós.

Klecius Borges é Psicólogo (CRP 06/6283) e atua como terapeuta afirmativo para gays e lésbicas

Recebi esta mensagem da colega "Pam", do grupo "Só Delas"... achei que seria interessante colocar aqui. Até eu tô precisando!
Beijinhos...