27/11/2013

Prêmio Rio Sem Preconceito dá troféus por luta contra discriminação

Fonte G1

Cantora Daniela Mercury comemorou com beijo na esposa Malu Verçosa. 'Parece que em pleno século 21 nada mudou', diz premiada Glória Pires.




A entrega do Prêmio Rio Sem Preconceito, na noite desta terça-feira (26), no Teatro Carlos Gomes, no Centro do Rio, homenageou personalidades que de alguma forma contribuíram na luta contra a discriminação na cidade e no país. Ao todo 14 pessoas foram homenageadas. Uma das eleitas para subir ao palco e receber o prêmio, a cantora Daniela Mercury comemorou a entrega do troféu beijando a esposa Malu Verçosa.
"Vamos tirar uma foto porque uma imagem vale mais que mil palavras. Ela [Malu] não gosta muito de fazer isso em público, mas vamos fazer", disse a cantora ao beijar a jornalista. "A nossa luta é pelos direitos humanos, não só contra a homofobia. Ela [Daniela Mercury] é a pessoa mais especial que eu conheço", respondeu a jornalista Malu Verçosa.

Daniela Mercury aproveitou para criticar a Comissão de Direitos Humanos. "E aqueles deputados da Comissão de Direitos Humanos que ainda estão lá? Ninguém tira eles de lá. Eu queria dizer ao deputado que eu não cito mais o nome: Deus não quer ninguém que incite o ódio entre as pessoas. Fica aqui o meu protesto. Me irrita todos os dias saber que esses deputados ainda estão lá", disse a cantora.
O evento, organizado pela Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (Ceds), destacou a necessidade de acabar com todo o tipo de preconceito — não somente o da discriminação sexual. Um grupo de bailarinas deficientes visuais da Associação de Ballet e Arte para Cegos Fernanda Bianchini, por exemplo, emocionou o público após uma apresentação intensa.

Glória Pires foi a primeira a receber a premiação. A atriz encenou a arquiteta Lota de Macedo Soares, que no filme "Flores Raras" viveu um romance com a escritora norte-americana Elizabeth Bishop. "Eu me solidarizo. Parece que em pleno século 21 nada mudou. Mas mudou sim. Nós estamos aqui hoje. É um prazer e uma honra muito grande estar aqui", disse Gloria Pires.
Foram agraciados também o deputado federal do PSOL Jean Willys, o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa e a cantora do The Voice Brasil Elle Oléria.
Outra premiada foi a cantora Preta Gil. Vencedora pela segunda vez, ela destacou que a sexualidade não foi o único tabu que encarou desde a adolescência.
"O primeiro preconceito que eu sofri na minha vida era ser a única de seis filha com cabelo liso. Eu não me reconhecia ali. A gente tem que ser o que a gente é. Eu fui orientada a ser o que eu sou. Eu sou negra, gordinha, bissexual", disse a filha do cantor Gilberto Gil.
Autor da novela "Amor à Vida", Walcyr Carrasco explicou a escolha de um protagonista homossexual. No romance, o personagem Félix cativou o público. "Com o protagonista que uma pessoas chamam de bicha má. Se você disser que essa bicha é má todas vão ser assim. Todo mundo me disse que essa novela ia ser um fracasso. Tive a sorte de ter um grande ator que é o Mateus. Eu quis explorar essa bicha má não por ser engraçado, mas expor esse ódio que ele sentia de si mesmo e isso vinha da homofobia que ele sofria dentro de casa. Homofobia é o cara que diz eu não tenho preconceito, só não quero que meu filho seja gay", disse o autor.

A cantora Ellen Oléria foi a quinta premiada. A vencedora da primeira edição do The Voice Brasil é homossexual e se uniu a a Polyana Martins este ano. Ela dedicou o prêmio à parceira. "Me sinto lisonjeada em estar sendo homenageada quando se fala na luta contra o preconceito", disse Ellen, que aproveitou para cantar um trecho de "Fé Cega, Faca Amolada" e "Maria, Maria", de Milton Nascimento.

Fernanda Montenegro, Dira Paes e Cissa Guimarães também foram escolhidas pela Ceds para receber o prêmio. Fernanda Montenegro não  esteve na premiação porque foi a Nova Iorque receber o Emmy Latino.
"A gente está no século 21 e uma palavra chamada preconceito não deveria estar mais no dicionário. Estamos na era dos pós conceitos. Espero que os meus netos não encontrem mais essa palavra. Eu não suporto intolerância. A gente tem que lutar, respeitar, cuidar. Respeito é bom, eu gosto, quero que todo mundo tenha", disse Cissa Guimarães.
"O preconceito é letal. Ele mata e mata muito. Isso me impressiona. O que tento fazer é com que as pessoas se sintam contaminadas coma promoção do amor, do afeto e da fé. Abaixo o preconceito, ele é letal", disse a atriz Dira Paes.
O presidente do Supremo Tribunal Federal não pôde comparecer para receber o prêmio.
O deputado federal do PSOL/RJ Jean Willy foi premiado pela atuação política (Foto: Isabela Marinho/G1)O deputado federal do PSOL/RJ Jean Wyllys foi
premiado pela atuação política
(Foto: Isabela Marinho/G1)
 
O deputado federal Jean Wyllys dedicou o prêmio à prostituta Gabriela Leite, criadora da ONG Davida e da grife Daspu, que morreu este ano. "Gabriela Leite merecia receber este prêmio se aqui estivesse".

Mãe Beata de Yemanjá, que luta pelo combate à intolerância religiosa, foi escolhida pelos homenageados da premiação ocorrida em 2011. Ela, que já discursou na ONU, dissr que " não existe brancos no Brasil, somos todos negros".

A Ceds convocou os internautas para escolher um homenageado. O voto popular elegeu a paraense Bruna Lorrane - responsável pela criação do nome social para transexuais. "A segregação do LGBT se dá pelo preconceito, discriminação e violência. Nós somos tratados sempre como quase. Temos sempre que fazer a mais, que fazer diferente. Eu fui um quase menino. Hoje um dia eu sou uma quase mulher. Eu poderia ter uma união estável, posso quase casar", disse a transexual.
Padre Beto, que foi expulso da igreja por apoiar os gays, também foi premiado. "Depois de 10 anos na Alemanha, retornei à Diocese de Bauru. Não podíamos contestar regras católicas. A postura da Igreja Católica é homofóbica. Em um país como o.nosso.dizer que usar camisinha é pecado, é uma grande ignorância. Durante 14 anos orientei jovens. O desamor é que não vale. E por não ser um padre que canta, eu fui ex-comungado pela Igreja Católica, mas não pelo povo. Jesus Cristo era um anarquista. Talvez tenha sido bissexual porque não tinha preconceito algum", disse Padre Beto.

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Tomara que no futuro a homofobia DIMINUA cada vez mais!
Bjs da Simonninha

21/11/2013

Muito chateada

Hoje eu presenciei uma cena de homofobia no meu trabalho... Estou extremamente chateada.
Tem momentos que eu odeio morar aqui.

20/11/2013

Porto que recebeu 1 milhão de escravos é declarado patrimônio pela Unesco

Fonte da Notícia: UOL




O Cais do Valongo, um antigo porto do Rio de Janeiro que recebeu cerca de um milhão de escravos e que hoje é só um local de escavação arqueológica, foi reconhecido nesta quarta-feira pela Unesco como patrimônio da diáspora africana.

A Unesco destacou o local arqueológico como parte da chamada "Rota do Escravo", um projeto lançado pelo órgão da ONU em 2006 para destacar o patrimônio material e imaterial relacionado ao tráfico de escravos no mundo, informou a Prefeitura do Rio de Janeiro.

Segundo as autoridades brasileiras, o porto foi o que mais escravos africanos recebeu em toda a América.



"O projeto Rota do Escravo fixou (no Rio de Janeiro) pela primeira vez no mundo uma placa reconhecendo um local como patrimônio da memória da diáspora africana", disse o chefe da Seção de Diálogo Intercultural da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Ali Moussa Ive, citado no comunicado.

"É um momento muito importante. Agrada-me muito o destaque que o Rio de Janeiro está dando a um dos mais importantes locais da memória da diáspora africana e do tráfico africanos escravizados", afirmou Ive, diretor do Projeto Rota do Escravo e que liderou uma comissão da Unesco na visita Rio de Janeiro.

A decisão da Unesco foi simultânea a um ato promovido nesta quarta-feira pela Prefeitura de Rio de instalação de uma placa que concede ao Cais do Valongo o título de "patrimônio cultural" da cidade.



A data marca também a comemoração do Dia da Consciência Negra, feriado em alguns estados brasileiros que lembra o assassinato em 1695 de Zumbi dois Palmares, o negro que governou uma "república" de escravos livres no nordeste.

De acordo com o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), vinculado à Prefeitura, tanto o reconhecimento da Unesco como o da Prefeitura reforçam a campanha do Rio de Janeiro para promover a candidatura do Cais do Valongo como Patrimônio Mundial da Humanidade, título declarado pela Unesco.

O Cais do Valongo, situado próximo ao atual porto do Rio de Janeiro e retratado em várias pinturas do francês Jean-Baptiste Debret, era o píer no qual eram desembarcados os escravos vindos da África, principalmente de Angola, Congo e Moçambique.

Segundo registros históricos, pelo local passaram entre 1790 e 1830 cerca de 706 mil escravos africanos, mas os historiadores consideram que o número pode chegar a um milhão se for levado em conta que operava desde muito antes.

O píer foi desativado em 1831, quando foram assinadas as primeiras leis que encaminharam a abolição da escravidão no país, e rebatizado em 1843 como Píer da Princesa por ter servido de local de desembarque de Tereza Cristina de Bourbon, a futura esposa de Pedro II, o segundo imperador do Brasil.



A área foi aterrada em 1911 para uma reforma urbanística e redescoberta em 2011, quando começaram as obras de remodelação do porto do Rio de Janeiro.

"O Rio de Janeiro tem muito orgulho de suas raízes e de nossos antepassados negros. Por isso queremos que o Cais do Valongo seja reconhecido como Patrimônio Mundial", afirmou o presidente do IRPH, Washington Fajardo.

Segundo Milton Guran, representante do Brasil no Comitê Cientista do projeto Rota do Escravo da Unesco, ao longo de quase quatro séculos de escravidão o Rio de Janeiro recebeu quase 20% de todos os africanos escravizados que chegaram à América.

"Isso transforma o píer em uma referência da maior transferência forçada de população da história", afirmou Guran, que espera que o local seja declarado Patrimônio da Humanidade até 2015, quando Rio de Janeiro completará 450 anos
 

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Oi, menin@s, vi esta notícia e fiquei refletindo, que:
Seria muito bom que um lugar como este fizesse as pessoas refletirem a respeito da real situação dos negros aqui no país. Mas, infelizmente como estamos na terra da facilidade, da falsidade e do esquecimento; com profundo pesar não vejo esperanças aqui.

Dia dos Negros, num mundo cada vez mais sem consciência.
Simonninha

14/11/2013

#Representouratinho

 
Fazia um tempo que não assistia o programa! Gostei de ver o vídeo e concordo totalmente com o que ele disse!
Apoiadíssimo!!!
Abs,

10/11/2013

"estamos perdidos"

Hoje, enquanto lavava minhas roupas, escutando o rádio, acompanhei  um programa no qual se faz perguntas relacionadas à 'conhecimentos gerais' para que o ouvinte participe e ganhe um determinado prêmio... E fiquei impressionada (cada vez mais, até porque não é a primeira vez que me deparo com este tipo de situação) como que as pessoas não possuem conhecimentos básicos sobre História e Geografia... Parece que agora a maioria do povo entrou no estereótipo "filho de chocadeira", pois estamos nos perdendo no tempo e no espaço, e na identidade.
Bjs...